domingo, 30 de agosto de 2015

29.8.15 - Chão da Velha (Nisa)

Vim ontem para o Alentejo, seguindo a estrelas rumo a sul, com o sol a pôr-se a oeste.
Descendo por Penela, em direcção a Figueiró dos Vinhos, Sertã; passada a barragem do Fratel, um placar acolhe-nos, o Alentejo saúda-nos.
Acordei no Chão da Velha, perto de Nisa. De ontem, além da viagem, fica como relato as boas vindas do Pedro - já não nos víamos desde a apresentação do Armas de Papel, de Pacheco Pereira. Falamos da vida, da actual e a passada, falamos de história, de estórias de ventoínhas que povoam os montes, os partidos actuais e os passadas, do tempo do ML e do reviralho. Com um copo de vinho tinto, com o calor da noite a não diferenciar muito do calor do dia, deambulamos por séculos, terminando no sec. XX, o século do povo.
Hoje de manhã, despertado pelos raios de sol que teimam em atravessar as portadas, a vontade de ir ao Tejo foi a força motriz que me fez levantar da cama.
De Monte Campo às costas, equipado a rigor, desci a Rua Principal do Chão da Velha. No final do empedrado, depois dos currais, começa a descida íngreme e em terra batida que me leva até ao principal rio da península.
São dois quilómetros sempre a descer, por entre pequenas hortas, eucaliptos, medronheiros. Algumas abelhas e outros insectos acompanham a passada; tinham-me dito que, com sorte, poderia ver um ou outro veado; se fosse à noite tinha raposas. Não tive sorte.
Chegado ao Tejo o espelho de água negro reflecte a serra e o comboio que passou na outra margem, do lado de Vila Velha de Ródão.
Sempre a descer até ao rio, sempre a subir de volta à aldeia, mais dois quilómetros. Estava feito o PR 2 dos caminhos pedestres de Nisa - Descobrir o Tejo.
Antes de almoço, ainda havia tempo para ir ao PR 4 - Trilhos do Conhal.
Da aldeia do Arneiro, em direcção ao rio, vão aparecendo pedras enormes que transformam a paisagem alentejana numa paisagem marciana. Por entre pedras milenares nascem oliveiras, isoladas e fortes, como são as árvores robustas.
Almoço? No Arneiro, no Túlio: carpa, lúcio e perca frito. Depois umas migas com ovas, azeite da terra e poejo, o peixe cozido e a água do seu cozido fazem o resto. Divinal.
Três da tarde e barriga cheia. Como qualquer alentejano que se preze - em Roma sê romano -, fui dormir a sesta; e dormi e dormi e dormi-
Acordei a tempo para dar um mergulho nas piscinas municipais de Nisa, antes de voltar a Rua Principal e, em tertúlia com os vizinhos, com o copo a esvaziar-se para voltar a encher, falar da vida.




terça-feira, 25 de agosto de 2015

Pedro Castro: um exemplo a seguir

Quando dou palestras sobre viagens, sobre tudo aquilo que aprendemos quando saímos do nosso mundo, nas escolas e nas empresas, há sempre alguém que coloca uma questão sobre o tempo de viajar. Há, também, alguém que coloca uma questão sobre o dinheiro que é necessário ter; ouço muitas vezes " se me saísse o Euromilhões". Há sempre alguém que me pergunta o que fazer quando se tem família.
Normalmente, a todos, respondo a mesma coisa: viajar é uma questão de atitude. Pode-se viajar como um multimilionário ou quase sem gastar dinheiro nenhum, a pé ou à boleia. Podemos fazê-lo sozinho ou em grupo. Podemos ir de moto - o meu meio favorito - ou de bicicleta, autocarro, avião, comboio, etc. etc..
Para tudo é necessário querer; e esse querer faz toda a diferença, independentemente do tempo ou dinheiro que se tenha.
E é esse querer, essa força de vontade, que vos venho apresentar hoje, personificado no Pedro Castro, o filho de uma amiga.
O Pedro tem apenas 10 anos e, desde os 3 anos que, sonha em ir à Austrália.
O que faz? Junta dinheiro para conseguir cumprir o seu sonho; e já tem a parte dele.
Há dias, o Público falou do e com o Pedro. 
Que alegria, que força, que vontade. Inspire-se também.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

21.8.15 - Appenzeller

A região de Appenzeller é o coração da Suíça tradicional, terra de queijos, cerveja, montanhas e montanhismo.
Na próxima edição da National Geographic a foto de capa será desta região e, por isso, nada melhor que a ir ver antes da chegada maciça de turistas.
Assim, carreguei a Monte Campo com água, sandes e fruta, preparei uns bastões e as perneiras e fiz-me ao caminho, tendo como destino o mítico Wildkirchli.
Para se chegar lá, primeiro de carro, percorri uma daquelas estradas dos Alpes que adoro, no meio do verde, subindo a montanha entre montes e escarpas, curva contra curva. Daquelas estradas em que, se fosse num carro de corrida era capaz de ecoar o som do motor, da caixa de velocidades, dos pneus por quilómetros e quilómetros.
Passando a vila de Appenzeller, o acesso a Wildkirchli é onde acaba a estrada, onde acaba, igualmente, a linha do comboio e tem a estação do teleférico. A partir desse ponto, para mim, foi sempre a caminhar.
Entre os vários percursos à escolha e depois de estar a falar algum tempo com uma senhora que levava a Maria, que não deveria ter mais de 3 anos, a passear pela montanha, escolhi o que me parecia mais bonito e fácil.
Atravessando um ribeiro, tendo várias vacas como companhia, ainda com estrada de asfalto mas vedada a automóveis, comecei a subir, a subir a subir. Tanto que só tinha andado meia dúzia de metros e já estava a esticar os bastões para me auxiliar deles; tanto que até uma pequena bifurcação que estava a menos de 600 metros do local onde comecei a caminhada já tinha parado três vezes.
Nessa bifurcação tinha duas hipóteses: ou seguia em frente para o lago e em direcção a Santis - 4 horas de caminhada - ou então, virar à direita em direcção a Ascher e Wildkirchli. Optei pela segunda.
Neste ponto desapareceu o asfalto e a caminhada foi por um percurso estreito, onde apenas cabe uma pessoa e, como constante, a subida. Pedra por pedra, metro a metro, em esforço e sem haver um pequeno ponto de descanso. Imaginem subir uma pista de ski, sem ser nas cadeirinhas. Imaginem subir por aqueles sítios remotos por onde são instalados os postes do teleski. É mais ou menos isso, sem postes.
À medida que subia a paisagem ia ficando diferente: o que começou por ser a base das árvores, "rapidamente" se transformou numa vista por cima delas, as vacas já só se ouviam ao longe e as aves de rapina é que se fazem sentir.
No caminho, em sentido contrário, a descer, muita gente, muitos caminheiros altamente equipados, sozinhos ou em família, com crianças de colo - ou mochila -, transmitindo bem a ideia que para os suíços o contacto com a natureza, vê-la, explorá-la, é desporto nacional.
Quase no topo da montanha, quando já não há vegetação e o amarelo da pedra toma lugar, ouço o balir de umas ovelhas. Olho em frente, e dentro de uma pequena cerca, lá estavam elas. Mais adiante o mesmo com coelhos. Lindos, gordos.
Uns metros adiante, Ascher e o característico restaurante/ retiro de montanha construído dentro da rocha.
Estava cheio de gente e foi complicado arranjar um lugar para me sentar. Primeiro partilhei 5 minutos de mesa com uma bela estónia que me disse que a comida, naquele sítio, era muito boa.
Assim, além da cerveja tradicional de trigo de Appenzeller, pedi um não menos tradicional routti de queijo: batata frita palha, com queijo derretido, ervas e pimenta.
Entretanto a estónia foi embora e deu o lugar à Luana, à Nadine e ao Deniz. Três jovens suiços, simpatiquíssimos - ficou a promessa de nos encontramos num futuro próximo - que, como eu, decidiram vir ver Wildkirchli antes da demanda de turistas que se aproxima.
O almoço foi animado, com conversas sobre viagens e a história de Appenzeller. Tanto que prosseguimos juntos o resto da tarde.
Antes de descer ainda fui ver uma caverna onde tem um altar e se celebra missa: Wildkirchli.
Na descida cruzei-me com mais gente a subir e visitei casas de agricultores que vendiam queijo produzido pelas suas imponentes vacas.
Com os meus novos amigos, antes de chegar à base da montanha, cumpri-se uma tradição suíça: beber um vinho e comer uma tarte feita com pêra macerada. Bem bom, daqueles momentos para mais tarde recordar porque, em vez de copos, bebemos o vinho em xícaras de café, com pires e tudo.
No regresso, uma curta paragem na fábrica de cerveja de Appenzeller para provar os sabores locais.





20.8.15 - St Gallen | Konstanz | Bregenz | Feldkirch | Eschen | St Gallen

Chegado da Austrália há dois dias, a vida continua.
Ontem foi dia de trabalho, para a Ana e o João, a Carmen foi para Londres e eu fui a Zurich com a Zio. A esta hora a Zio já está em casa e eu ainda estou pela Suiça.
A vida continua e as aventuras também. Depois de estar num país onde, para ver um terço, teria que percorrer mais de 8.000 km; arrisco-me a necessitar de apenas 30 minutos para estar em 4 países distintos.
Assim, o dia começou por ir de St Gallen até às margens do lago Bodensee. Uma massa de água pacífica, azul clara, enorme, que toca três países: Suiça, Alemanha e Áustria.
Ao longe, olhado para o lago, posso ver velas, muitas, a maioria brancas e algumas coloridas. Veleiros de recreio e outros de regata, rápidos, capazes de rasgar a água e fazer a união dos três estados em segundos.
A estrada até Konstanz, na Alemanha, acompanha o recortado das margens e atravessa alguns fancy places. Rolls Royce e Ferraris cruzaram-se comigo, passei por um stand que tinha um Alfa Romeo 155 do DTM e, mais excêntrico, um tanque de guerra; este último é piada, era um tanque mas conduzido por tropas suíças.
Chegado a Konstanz deparei-me com uma típica cidade alemã - ou austríaca ou do norte de Itália - onde além dos edifícios tradicionais, o centro da cidade é vivido pelas pessoas, com comércio de rua e de proximidade, não se vendo grandes superfícies. Nota-se que, além da beleza da cidade que entra pela água, há sustentabilidade económica e com a natureza.
De Konstanz segui para Bregenz, do outro lado do lago,  na Áustria. A meio parei num Lidl para comprar pão, chouriço e bebidas para o almoço: senti-me em casa.
Bregenz é mais pequeno que Konstanz mas igualmente bonita e vocacionada para potencialidade que o Bodensee lhe dá, a nível económico e turístico. Passei pela cidade, fui ver os saldos em lojas de design e roupa de autor.
A meio da tarde fui a Feldkirch.
Uma vila muito cozy, muito ao estilo de casinha de bonecas, entrincheirada entre montanhas, atravessada por um rio.
Com o sol a deitar-se no horizonte foi tempo de ir até Eschen, no Lichenstein, buscar o dono do carro para regressarmos a St Gallen.
Nuns minutos, quatro países. Adoro a Europa!




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

17.8.15 - Singapore

A Austrália ficou para trás e, no avião, competimos com o sol para ver quem chegava primeiro a Singapura.
Foi o sol. Estava lá, lindo e quente para nos brindar.
Depois veio a trovoada e uma chuva tropical que em minutos inundou tudo. Ainda bem, não se podia com o calor.
Em Singapura fomos ver o que não tínhamos visto da primeira vez.
Começamos pelo bairro indiano: umas casas em art-décor pintadas com cores exuberantes, templos hindus e alguns muçulmanos, lojas que vendem de tudo, desde tapetes a facas, antiquários, electrodomésticos, souvenirs de todo o mundo, MP3 por 4 dólares, coroas de flores para os templos, especiarias e quase tudo o que a nossa imaginação quiser. Pela primeira vez vi um bairro indiano limpo. E, se calhar por isso, não tinha a mística dos outros.
Dali fomos caminhando, debaixo de muito calor, para a zona de Orchard, passando pelo fabuloso edifício da Escola de Artes, antes de entrarmos numa das ruas com comércio de luxo.
Fustigados ela chuva e apertados pelo horário, subimos ao forte onde começou a cidade. É um lugar tranquilo, no meio da azáfama do estado/ cidade.
Segui-se um passeio pelos jardins do Marina Bay, a nova Babilónia, dada a altura e espectacularidade onde se encontra a vegetação e, terminando a viagem, no topo do Marina Bay.
Lá em cima, no topo do restaurante, com vista para a cidade, o porto, o mar, vimos a extensão dos edifícios, o percurso do GP de F1; bebemos gin, comemos uns petiscos preparadas pelo chef, rimos, relembramos estórias que compõem a história da viagem; tiramos selfies, prometemos voltar. Quando?! Não se sabe. Mas ficou a vontade.




terça-feira, 18 de agosto de 2015

16.8.15 - Coolinda | Darwin

Como ontem nos deitamos muito cedo - a partir das 21:30 não há nada para fazer em Cooinda, não se ouve ninguém, apenas os bichos - a alvorada também foi cedo. O dia ia ser longo e todos os minutos são preciosos.
De Cooinda seguimos por uma estrada em terra batida, ao longo de 50 Km, até às Jim Jim Falls. No início a estrada é larga e rápida, podendo-se rodar a 100 Km/h. Mas depois de Garnamarr, fica mais estreita, passando apenas um carro de cada vez, com areia solta e, na passagem dos leitos secos dos rios, uma autêntica trialeira.
Chegados a Jim Jim Falls aguarda-nos uma caminha sobre rochas enormes, como prelúdio para o paraíso.
Como estamos na época seca e do alto dos 70 metros da escarpa não cai nem uma gota de água e, por isso, vamo-nos deparando com pequenas praias de água tranquila e areia muito branca e fina, ao estilo de Blue Lagoon, que se vão formando onde outrora a força das águas é muita.
Saltando como cabras montesas entre as várias pedras, chegamos à base da cascata: uma pequena lagoa escura devido à sombra projectada e aos 30 metros de profundidade; um abismo lindo.
Um guia local, de um grupo de turistas alemães e italianos, em calções de banho, mergulhou na água. A seguir um senhor com mais de 70 anos.
Não resisti: tirei a roupa e, de boxers, fui mergulhar também.
Deveriam estar 30 ºC cá fora - eram nove e pouco da manhã - e estavam 14ºC na água. Um gelo, um choque térmico enorme; mas não tão grande como o prazer de poder nadar naquele sítio, sabendo que, muito provavelmente, nunca mais terei oportunidade de o fazer.
Com o calor a aumentar, rapidamente estava  seco.
De Jim Jim Falls seguimos por mais 10 Km de trialeira, vegetação densa e cruzando rios com mais de 80 cm de profundidade até às Twin Falls.
Chegados lá, o guia do parque falou-nos dos perigos de fazer uma caminhada de 3 Km até ao topo da cascata, com o calor que se fazia sentir.
Assim, apanhamos uma barca que nos levou quase até à base da cascata; esta com água.
Ao contrário da anterior, como a água corre, há sistema de vasos comunicantes entre os vários rios e riachos, sendo o perigo de aparecer um, ou mais, crocodilos real. Aqui é estritamente proibido entrar na água.
As praias que se formam são de uma beleza indescritível, cavadas a muitos metros de profundidade entre rochas e escarpas. A vontade de voltar a nadar era enorme. Não o fiz directamente, fi-lo de outra forma.
O João disse-me para me colocar na base da cascata para me tirar uma foto com a água a cair, tipo chuveiro. 
Lá fui eu, vestido e tudo. Não contente com o sítio onde estava, decidi caminhar pelas pedras da base, atravessando a queda de água principal. O musgo e o visco eram bastante escorregadios e o que começou por ser uma caminhada, de forma bastante rápida transformou-se numa escalada ao estilo Homem-Aranha, para não me estatelar nas pedras e na água.
Consegui, fiquei todo molhado mas tirei uma foto num local único, banhado pela água límpida e fresca das Twin Falls.
Tanta emoção num só dia!
Depois foi tempo de voltar a Darwin, pela mesma trialeira e estrada de terra batida, quase desertas que, com a o tom alaranjado do pôr-do-sol e os carros abandonados na berma da estrada devido a acidentes com animais, davam uma atmosfera MadMax.
Chegados a Darwin foi tempo de tomar banho numa banheira, fazer as malas e dar uma volta pela cidade.
Amanhã vamos para Singapura para, numa correria, ver o resto da cidade.




segunda-feira, 17 de agosto de 2015

15.8.15 - Jabiru | Coolinda

Uma vez mais escrevo debaixo do manto estrelado, dentro do Parque Nacional de Kakadu, num parque de campismo em Cooinda.
Pouco mais de 50 Km distanciam Jabiru de Cooinda; mas o dia de hoje e a sua extensão é muito superior a isso.
Começamos o dia a ir à mina de urânio do Ranger. Das imagens aéreas que tínhamos visto parecia um local interessante, um abismo cinzento escuro onde não se via o fundo, e uma das maiores minas de urânio do mundo. Chegados lá, muitos "Danger" e não se viu nada. Da mina seguimos para norte, até Ubirr, sempre em estrada de asfalto.
As Wet Land estão na época seca e, por isso, passamos imensos riachos e rios sem nenhuma água ou aspecto que lá tenha existido. Mas as marcas na estrada, idênticas às marcas com a altura da neve, são impressionantes. Na altura da monção, muitos dos sítios onde passamos estão completamente submersos, com mais de dois metros de água.
Em Ubirr coloquei as perneiras da Monte Campo e fomos fazer dois percursos pedestres; um paralelo ao East Alligator River, onde pudemos ver os morcegos - enormes, do tamanho de coelhos - a dormirem nas árvores de cabeça para baixo e alguns crocodilos que andavam calmamente rio abaixo rio acima.
O segundo percurso foi para ver pinturas rupestres com mais de 6.000 anos; tantas e tão perfeitas como se tivessem sido feitas ontem.
Neste percurso subimos a um ponto elevado e tivemos a percepção da extensão das Wet Land.
Entretanto era hora de almoço, não só para nós!
Voltamos ao local da primeira caminhada para, numa zona em que o rio e cruzado por uma estrada submersa, fazendo uma espécie de barragem, vermos o barramundi - um peixe cinzento com mais de meio metro de comprimento - subir o rio. Ao mesmo tempo que o peixe tenta subir, dezenas de crocodilos e alguns pescadores tentam detê-lo, num autêntico festim.
Assim, como num qualquer rali, centenas de pessoas acomodam-se nas margens, de farnel, "perto da emoção, longe do perigo", a ver a agilidade do réptil a apanhar o peixinho e a ouvir os dentes a esmagar a espinha do dito cujo com a facilidade que nós esmagamos uma bolacha de água e sal.
Da parte da tarde fomos por uma estrada de terra batida até Gubara. A ideia era ver uma espécie de piscinas naturais junto ao Burdulba Creek.
Depois de 9 Km de carro e mais 3 Km a caminhar, chegamos a um sítio deserto, inóspito, que tinha tanta água como o jacuzzi de Airlie Beach. Mas uma areia tão branca, criando um cenário magnífico. A vontade de experimentar aquela água era ais que muita mas havia sinais por todos os lados que podiam haver "olhos de vidro".
Nova caminhada até ao carro, com uma temperatura a rondar os 39ºC, seguindo-se, depois, para Nourlangie.
Nourlangie é um pântano onde andavam centenas de pelicanos, patos, garças e outras aves das mais variadas cores.
Tudo calmo e sereno, com os pelicanos a nadarem todos juntos, formando um grande círculo; os patos andavam em linha.
De repente todos levantam voo e vimos, lá no meio, a boca de um crocodilo a devorar o que se atrasou a dar às asas.
Antes de irmos para Cooinda ainda houve tempo para ver mais aves em Yellow Water. à conversa com um pescador fiquei a saber que na época seca, com a concentração da bicharada nos poucos rios que sobrevivem, quase não há peixe para os humanos; e o controlo dos rangers do parque quanto à quantidade e tamanho do que é pescado é muito rigoroso.
Aqui estamos em Cooinda, a dormir num contentor dentro de um parque de campismo e de caravanas. Não tem a animação do de Uluru nem as condições do de Jabiru; é o que há.
Tal como os crocodilos, jantei barramundi. Grelhado, acompanhado de batata frita, molho tártaro e um Sirah branco. Um peixe seco e duro; se eu fosse crocodilo e tivesse que comer aquilo todos os dias também andava mal disposto e com vontade de, de vez em quando, dar umas dentadas em carne fresca e saborosa.

domingo, 16 de agosto de 2015

14.8.15 - Darwin | Jabiru



Escrevo de Jabiru, debaixo de um céu estrelado. Um país com a dimenção da Europa mas com apenas 23 milhões de habitantes tem coisas fantásticas.
Uma delas é não haver poluição, não se fazer sentir no céu o fumo das casas e fábricas ou a projecção das luzes.
Assim, as estrelas aparecem sem medo de mostrar o seu brilho; toda a Via Láctea se despe para nós como uma modelo numa sessão fotográfica: linda.
Debaixo deste céu relembro o dia de hoje. Escrevo no Moleskine porque não há net e não me quero perturbar o silêncio com o som das teclas do pc.
De manhã, como é hábito, foi um filme para chegarmos a tempo ao aeroporto. Como disse anteriormente, parece que fazemos de propósito mas juro que não.
No voo para Darwin, numa low cost, vim à conversa com duas simpáticas senhoras que me foram dando dicas do que poderíamos fazer, ou não, nos próximos dias.
A primeira foi: não nadem em nenhum lado.
Chegados a Darwin, tínhamos um forno com a porta aberta à nossa espera. As Wet Land estão na altura seca e, por isso, não há humidade no ar. É bom porque não se transpira tanto e não há tantos mosquitos; não é tão agradável porque há mais cobras.
Carro carregado com as Monte Campo e com pão, queijo, massas, enlatados, fruta, água, cerveja, Coca-Cola e outras coisas do supermercado mais próximo e fizemo-nos ao caminho.
Mal saímos de Darwin e entramos numa estrada recta que nos trouxe ao interior do Território do Norte, começamos a ver os ninhos de térmitas que mais se assemelhavam aos arranha-céus da baixa de Sydney.
Manadas de búfalos e muito sinais e placas para se ter cuidado com os crocodilos.
Por falar em crocodilos, parámos em cima de um charco de água e lá estava um – pequeno, com uns 3,5 metros – a apanhar sol na margem. Mal reparou em nós, com uma agilidade surpreendente, desapareceu na água; e podiam estar 500 com ele, dada a escuridão daquela mistura de água com lodo. Foi tão rápido que nem deu para fotografar.
Mais à frente, ao cruzarmos a ponte do South Alligator River, vários exibiam-se nas margens do rio. Infelizmente não se podia parar e, por isso, fotos do pós-dinossauro ficam para amanhã.
Estamos hospedados num bungalow dentro de um parque de caravanas; algo muito habitual por aqui. Pick-Up`s com a caixa fechada, de onde sai de tudo: desde uma tenda que cobre toda a carrinha a grelhadores a gás, juntando-se aparelhos especiais para ver a vida selvagem, espreguiçadeiras, bicicletas, etc. etc.. Tudo o que um aventureiro possa necessitar para cruzar o país.
Aproveitando os útimos minutos de sol, fomos dar uma volta por Jabiru. Vimos dois bandos com milhares de papagaios e morcegos competindo com o ruído pelas árvores. Os papagaios ariscos com as suas popas amarelas. Os morcegos... do tamanho de Bruce Wayne.
É cedo, mas tarde para aqui. Vou continuar a olhar o céu e a rabiscar no meu caderno verde... 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

13.8.15 - Airlie Beach | Whiteheaven Beach | Cairns

Por vezes peco por falar cedo de mais. Afinal o paraíso não é em Magnetic Islands, é em Whiteheaven! Mas já lá vamos, um ponto de cada vez.
Como vos tinha dito ontem, hoje fomos de veleiro para Whiteheaven Beach, com trocas e mais trocas de barco. O nosso era um veleiro azul, bonito, mas onde se fazia sentir o peso da idade.
34 pessoas a bordo mais a tripulação, zarpamos às 8 da manhã para um destino que, a 22 nós, estava a 3 horas de distância.
O mar encrespado trouxe emoção qb à viagem, com as ondas a baterem na quilha e a levantarem o barco, com este inclinado a estibordo, ouvindo-se vários ais e uis.
Eu e o João, portugueses de gema que somos, com o mar e os barcos a correrem há 600 anos no sangue, a que se nos juntou a bonita Doriane - francesa, de Estrasburgo, cujo namorado ficou no convés - fomos para a proa e sentíamos as ondas a passarem por cima de nós. Pura adrenalina.
Quando o mar acalmou e chegamos a terra, olhando para o convés, parecia que trazíamos um grupo de refugiados, tais eram as caras de medo e encharcadas que se viam debaixo dos oleados amarelos.
Chegando à baía de Tongue, caminhamos 20 minutos pela floresta até alcançarmos Whiteheaven Beach.
Isto sim é o paraíso!
Uma imensidão de areia tão fina como a Branca de Neve dos bolos, que ajuda a transmitir o azul claro das águas por quilómetros e quilómetros, formando baías e enseadas.
Tomamos banho, tiramos fotos de Zarathustra e, para completar o cenário idílico, nem faltou um tubarão bebé, com uns 35 cm de comprimento, para nos vir saudar e nadar entre nós - oxalá não estavam os paizinhos!
Depois foi tempo de snorkeling e, uma vez mais, na barreira de coral, vimos os peixe-papagaio e peixe-borboleta a nadarem com todo o há vontade entre o ser-vivo rochoso e colorido.
Era hora de entardecer e, com o mar chão, a viagem foi pacífica, no Pacífico, a ver as baleias ao fundo. A 1 km de distância, via-se perfeitamente a cauda a sair e a entrar na água.
Chegados a Airlie Beach, foi tempo de ir até Cairns. eram apenas, mais ou menos, 700 km em estrada nacional.
Lembram-se da Pussy Wagon?
Na cansativa viagem, numa bomba de gasolina, para uma pick up enorme, com rodado duplo atrás, grandes farois de leds como os do mundial de ralis, cinza metalizada, com uma mulher desnuda pintada na porta e com o anúncio: " G-SPOT, Enginnering and Mechanical". Foi aqui que o Tarantino se inspirou, certamente!
Chegados a Cairns foi tempo de dormir 4 horas num apartotel manhoso e, agora, é hora de embarcarmos para Darwin.
Mick Dundee, here we go!




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

12.8.15 - Airlie Beach

Airlie Beach é uma pequena cidade em frente a um conjunto de ilhas chamadas Whitsundays. São ilhas paradisíacas, ao estilo da Tailândia, Indonésia, Jamaica ou Polinésia. Viemos para aqui para termos uma base para, depois, saltarmos de ilha em ilha.
O problema foi que ontem cancelaram a viagem que tínhamos marcado e, por isso, hoje às 6:30 da manhã estávamos no porto a ver se encontrávamos um barco que nos levasse até Whiteheaven Beach. Não foi possível e, por isso, metemo-nos num ferry e galgamos o mar até Hamilton Island e, de tarde, até Daydream Island.
O melhor da viagem foi... a viagem.
Pela manhã, às 8, o mar estava chão e o barco não tinha muita gente. Meti conversa com dois senhores com uma camisa da Penske; eram mecânicos de motores de barcos diesel, com tecnologia Penske. Falamos de corrida e, às tantas, um deles aponta para a água e pude ver uma tartaruga gigante. Que maravilha.
Mas o verdadeiro gigante foi quando, ao cruzarmos várias ilhas com costas verdes e pequenos pontos de areia branca, o mesmo senhor me disse para olhar para a linha de água. Viam-se uma espécie de geiger. Passados segundos, uma baleia vem à tona para respirar e volta a submergir. A mesma, ou outra, fez o mesmo movimento.
Por isto, valeu a pena a viagem.
Hamilton Island é uma ilha turística, com uma marina pequena mas com uma qualidade ao estilo de Portofino, onde todos andam de carrinho de golf. As meninas quiseram andar de carrinho e foi vê-las a conduzir aqueles bólides endiabrados pela estrada da ilha.
Depois da emoção inicial provocada pelo brinquedo, fomos para uma praia de areia muito fina. Uma raia veio até nós, parecendo usual por estas bandas.
Depois de almoço fomos a Daydream Island. Uma ilha que é um resort de gosto duvidoso mas que, no seu interior, tem um lago com raias e tubarões. Também nesse espaço vimos cangurus em pleno dia. Fora isso, nada de mais.
Regressamos a Airlie Beach e fomos tratar da viagem de amanhã: Whiteheaven Beach, num veleiro lindo, azul, onde o Príncipe Filipe de Edinburgo navegou quando cá esteve. Resultado: pagamos o dobro do que estava inicialmente previsto.
O que vale é que, para não pensar mais nisso, no apartotel estava um jacuzzi à nossa espera, com o Pacífico no horizonte e as estrelas como tecto.




terça-feira, 11 de agosto de 2015

11.8.15 - Magnetic Islands | Airlie Beach

As Magnetic Islands são lindas e o acordar foi ao som de imensos pássaros coloridos que povoam o céu das ilhas.
A ilha habitada, onde ficamos, é um rochedo verde, recortado por baías que formas praias de areia branca. O plano era ir a várias praias.
Começamos por Radical Bay e, mal chegado à praia, fui nadar. Aos meus pés, depois de reparar que a areia se movia muito depressa, uma raia. Fui buscar a máscara e pus-me a fazer snorkeling. Uns peixinhos em torno de um rochedo e chegou a hora de irmos para outra praia.
Pela floresta densa, verde, onde passam uns raios de sol, saltamos de praia em praia; ou de baía em baía para ser mais exacto. Do meio da vegetação ouvem-se ruídos rastejantes e saltitantes, fazendo as folhas moverem-se. Não sei se quero saber quem faz estes ruídos.
Com este cenário alcançamos Florence Bay.
Com vegetação até à areia, a tira dourada, com a maré vaza, cria um espelho de água até ao azul do mar.
Voltei a fazer snorkeling porque um coral abriga peixes-borboleta e peixes-papagaio. Uma raia azul e um cardume de peixes-agulha branco.
A baía seguinte foi Arthur Bay.
Para se lá chegar tivemos que cruzar um riacho com uma água meia parada. Viam-se vários buracos que poderiam ser de cobras; não sei se era o sítio ideal para um ataque de um crocodilo. Mas que tinha aspecto disso, tinha.
A Arthur Bay tem uma areia mais grossa que as anteriores e era dificil caminhar lá porque ficavamos enterrados. Nesta baía almoçamos e dormimos uma sesta.
A meio da tarde fomos para a última praia: Alma Bay. Que desilusão. Acesso directo pela estrada, muitas pessoas - umas 30 - baloiços para crianças, relva, salva-vidas.
No guia da ilha dizia que era a melhor praia para snorkeling. Vi um peixito preto mais pequeno que uma sardinha.
No final regressamos de ferry até Townsville, tendo aproveitado a viagem para dormir.
De Townville a Airlie Beach foram 270 km debaixo de um céu estralado.
Amanhã deveríamos ir para as Whitsundays, mas a reserva foi cancelada durante o jantar; por isso vamos para o porto às 6.30 da manhã para ver se arranjamos lugar num barco...




segunda-feira, 10 de agosto de 2015

10.8.15 - Cairns | Magnetic Islands

Depois do mergulho brutal, da experiência número 1 na viagem, fomos sair e acabamos num bar a beber cerveja e vinho tinto, ao som de uma banda local.
Hoje de manhã levantamo-nos cedo, mas não tão cedo como ontem, e fizemo-nos à estrada.
350 km separavam-nos do paraíso.
Saíndo de Cairns rumo a sul, pela A1, uma estrada nacional onde passam todo o tipo de veículos e cruza várias cidades. Depois de vários locais património universal da humanidade - parques naturais e cascatas - , de vermos o Pacífico do lado esquerdo do carro, de adormecermos vezes em conta, chegamos a uma cidade piscatória chamada Townsville.
Aí esperamos duas horas por um ferryboat que nos levou até às Magnetic Islands.
Durante esse tempo, num curto passeio a pé pelo porto, vi Rotary. O barco de salvamento da guarda costeira tinha o símbolo que nos caracteriza e nos universaliza.
Depois foi uma viagem mar adentro, onde adormeci ao sabor das ondas. Quando cheguei: uáu!!! Lindo lindo lindo.
Uma ilha verde, cheia de vegetação de animais e de vida. Cruzamos a ilha de um lado ao outro, porque o nosso apartamento é em Horseshoebay, do outro lado do porto.
Ao chegarmos, uma rua e meia dúzia de casas, um areal estreito, o mar calmo e um pôr-do-sol fantástico.
Foi dar um mergulho, quase de noite, e a água estava quente.
Da praia, atravessamos a rua e jantamos ostras, camarão, santiaguinhos, calamares; caro, mas tão caro como um peito de galinha e galinhas há muitas!
Para finalizar a noite... quando chegávamos ao apartamento, olhei a recepção e não percebi o que tinha visto: se era um canguru pequeno ou um gato gigante. Perguntei à senhora que estava lá e respondeu-me que era um wallabi. Contei-lhe que estávamos na Austrália há vários dias e que aida não tínhamos visto um canguru.
Fácil, disse ela: " peguem no carro, virem na primeira à esquerda e na segunda à direita. Vão a 5 km/ hora porque eles estão por todo o lado".




domingo, 9 de agosto de 2015

9.8.15 - Cairns

Ontem à noite chegamos a Cairns, uma cidade na costa do Pacífico, famosa por ser em frente à Grande Barreira de Coral.
Depois de aterrarmos e termos carregado um Toyota gigante ao estilo de rapper norte-americano - branco pérola, com acabamento metal flake, vidros pretos e cromados a cobrir parte da frente - fomos directos ao apartamento e daí não saímos.
Hoje de manhã, bem cedo, estávamos todos equipados e a bordo do barco da Silver Crest, para irmos em direcção à barreira e cumprir um dos grandes objectivos da viagem ( para mim o 1º objectivo): mergulhar.
Por isso preparei-me junto do pessoal do CCD e, desde já vos digo, que sem vocês esta viagem não teria sido a mesma. Obrigado!
Três mergulhos programados e como Master Diver tínhamos um inglês engraçado, com umas barbatanas com um azul celeste, meio estranhas, e que barbatenava de costas para nós para ter a certeza que estávamos todos juntos. Pelas características do Master, pelas parecenças com outro que conheço, os mergulhos só podiam correr bem.
Assim, de fato curto, com a Liquid Image na mão e a outra mão a segurar a mascara e o regulador, saltei para o Oceano Pacífico.
Água a 23ºC e uma visibilidade a rondar os 20 metros, para os três mergulhos. O primeiro mergulho, o mais fundo, fui a 19 metros de profundidade, mergulhando num aquário de água quente: corais de variadas cores, peixe-borboleta, peixe-papagaio que, apesar das suas cores vibrantes como um arco-íris, têm uns dentinhos prontos a furar o coral e, imagino, a carne humana. Levava a minha lanterna que normalmente uso para ir procurar polvos nos buracos; quando me ambientei a tudo aquilo e decidi utilizá-la, logo no primeiro buraco que apontei, vejo a boca aberta e olhos pequenos de uma moreia. Ai, cavei dali para fora num ápice.
Lição de vida: não procures o que não queres encontrar.
Passados poucos segundos, ao som das esferas do Jason, todos olhamos para ele, vendo-o a fazer uma crista com as mãos em cima da sua cabeça. Uns metros mais à frente, por cima de nós, um peixe cinzento, com o dorso branco, boca por baixo da cabeça, com dentes afiados e uma barbatana dorsal que, normalmente, chamamos tubarão. E passou e foi à vida dele.
Passados outros tantos minutos, veio ter connosco, calmamente, uma tartaruga verde.
Foram 47 minutos de grande diversão, tendo como buddy o meu melhor amigo. Haverá melhor?! Sim, ainda haviam outros dois mergulhos.
O segundo mergulho, num spot diferente, eu atingi a profundidade de 12,8 metros; havendo quem fosse mais fundo mas eu não gosto de andar a lamber o fundo como aqueles peixes do aquário. Neste mergulho acompanhamos o coral que formava túneis e grutas. Entravamos neles e, por três vezes, saímos em locais paradisíacos com correntes de água ainda mais quente, a apenas 4 ou 5 metros de profundidade, colocando a nu todas as cores possíveis e imaginárias. Neste mergulho, como espécie de peixe, a ressalvar, o peixe papagaio de cabeça achatada, com mais de 1 metro de cumprimento. A Ana e a Carmen viram um peixe leão, mas eu não tive essa sorte.
Foram outros 47 minutos de mergulho no Oceanário, aos quais juntamos 44 do terceiro e último mergulho.
Depois de um almoço a bordo: pasta com molho de feijões e frango, com camarões como sobremesa, saltamos pela última vez para o Pacífico com a botija às costas.
Depois de andarmos às voltas em torno de várias "montanhas" de coral de vermos conchas em que cabia um anão lá dentro, um nudibranquio perdido na areia - Sara e Sandra, este veio para vocês! -, dois fenómenos consecutivos: olhei para a esquerda e vi uma barracuda a passar em sentido contrário ao nosso; do lado direito, coisa rara, um cardume de shaded batfish. Quase a terminar o mergulho, dois peixe-harlequim e alguns peixe-tigre-titã.
Para finalizar, até parecia que o Master sabia onde eles estavam, peixe-palhaço, mais conhecido por Nemo.
Que maravilha de dia!
O regresso a Cairns, no barco, foi a contar as aventuras e aver as fotos e filmes de cada um.
A vida tem coisas fantásticas!